A compra de uma casa é, para a maioria das famílias uma das decisões mais importantes das suas vidas. Não só porque é um dos principais objetivos que a maioria de nós tem, mas também porque requer um grande investimento, e habitualmente está associado a um crédito habitação, o que significará um enorme peso no seu orçamento pessoal ou familiar durante muitos anos. Assim, é fundamental ponderar o assunto e conhecer todos os aspetos a ter em conta antes de dar este passo.
Paralelamente às suas necessidades e preferências (de tipologia, localização,…), existe o universo da sua situação financeira, e da capacidade de suportar um crédito à habitação. Quando estes dois universos se cruzam terá encontrado a casa perfeita para si.
Siga-nos, e encontre a sua nova casa em 7 passos:
1. Avalie as suas necessidades e preferências
Escolher as características da sua futura casa de acordo com as suas preferências e necessidades é o primeiro passo desta caminhada.
Pense no número de quartos que necessita de momento, mas também previsivelmente nos próximos anos. Pondere se prefere moradia ou apartamento e analise as várias vantagens/desvantagens de ambas. A necessidade de garagem, quintal ou terraço é também um dos principais pontos a considerar.
Há outros aspetos a ter em conta no momento desta escolha: proximidade de escolas, comércio e serviços, distância até ao seu local habitual de trabalho, trânsito, estacionamento e acessos rodoviários, transportes públicos, vizinhança, entre outras.
Seja realista e procure imóveis dentro do seu orçamento.
2. Analise a sua situação financeira
Quando inicia a procura de casa é essencial definir o orçamento disponível. Tenha em conta a sua situação profissional e a estabilidade da mesma.
Considere que para além do valor investido na compra de casa existem também os gastos habituais com a mesma (água, eletricidade, gás, internet, seguros, IMI, etc), e condomínio em alguns casos. Ao comprar uma casa terá que pensar também nos impostos iniciais, como o IMT e o Imposto de Selo, a somar ao valor da casa, ou eventuais obras. Habitualmente será também necessário dispensar algum dinheiro para a compra de móveis e eletrodomésticos, e tratando-se da primeira casa esse valor poderá ser bastante elevado.
Um aspeto de bastante importância a ter em conta é que atualmente nenhum banco empresta o valor total do imóvel. É exigido que o comprador tenha capacidade para uma entrada mínima de 10% do valor do imóvel (dependendo do banco), a qual terá que ser feita com recurso a capitais próprios.
Não ignore todas as outras despesas do seu dia-a-dia (escolas, automóvel, alimentação, lazer,…).
3. Garanta uma pré-aprovação de crédito à habitação
Para evitar perdas de tempo e visitas desnecessárias peça uma pré-aprovação de crédito. Esta etapa permitir-lhe-á saber com segurança que terá acesso ao crédito, bem como o seu teto máximo. Desta forma, ao iniciar a procura da sua casa partirá com a garantia de a poder efetivamente comprar (apenas condicionado à avaliação do imóvel). Acredite, pode ser bastante frustrante apaixonar-se por um local onde se imagina a viver e depois não o conseguir adquirir!
Este pode ser um processo entediante, mas é importante dispensar-lhe algum tempo! Faça uma pesquisa alargada, tendo em conta as várias soluções disponíveis. Deve considerar e comparar as ofertas de várias instituições financeiras para fazer a escolha mais benéfica para si. Certamente este ponto não é tão entusiasmante como visitar imóveis, mas é certamente a mais importante para poder avançar – afinal este é o meio para atingir o seu objetivo: comprar casa!
Certifique-se de que escolhe o crédito à habitação que lhe oferece as melhores condições, sendo cauteloso para não pressionar demasiado a sua taxa de esforço
Para esta etapa poderá recorrer aos serviços de um Intermediário de Crédito licenciado pelo Banco de Portugal, pode ver aqui o registo da nossa empresa. Receberá rapidamente simulações de diversas entidades, sem ter que perder tempo.
Poder-lhe-á ser exigido fiadores, pelo que deverá sondar os seus familiares próximos (normalmente os pais) para aferir a sua disponibilidade.
4. Visite os imóveis selecionados
Certamente enquanto aguardava pela sua pré-aprovação de crédito fez algumas pesquisas pelos portais imobiliários, e até alguma visitas virtuais, pelo que já terá em mente alguns imóveis que se encaixam no seu orçamento.
Gaste o tempo que precisar nas visitas. Se necessário marque uma 2ª visita aos imóveis que mais lhe interessam, acompanhado de familiares ou amigos que pense poderem ajudá-lo na decisão.
Aproveite as visitas para tomar atenção aos pormenores físicos da casa: marcas de humidade ou manchas amarelas, a pintura, fissuras nas paredes, o estado dos móveis de cozinha, portas interiores e roupeiros, o bom funcionamento das janelas, e no caso de ser uma casa com alguns anos questione o estado das canalizações. Habitualmente são pormenores que se resolvem facilmente, mas poderão ser argumentos utilizados para fazer uma oferta por um valor inferior.
5. Inicie o processo de aquisição
Já com a decisão tomada e o valor da casa negociado, é hora de dar atenção aos aspetos burocráticos. Conheça toda a documentação do imóvel e analise com cuidado toda a informação contida nos mesmos. Verifique se a casa está livre de ónus ou encargos, bem como se a informação corresponde ao que observou na(s) visita(s). Em caso de adquirir um imóvel com necessidade de obras e/ou remodelações, informe-se de que aquilo que pretende fazer no imóvel é efetivamente possível de executar e de licenciar.
6. Contrato promessa compra e venda (CPCV)
Embora não sendo obrigatório, este passo garante os direitos e deveres dos envolvidos. Enquanto comprador, permite-lhe ter a segurança de que não irá perder o negócio enquanto aguarda pela escritura, que em certos casos poderá demorar vários meses, nomeadamente em casas que aguardam a conclusão de obras e/ou a emissão da licença de utilização. Para o vendedor é também uma garantia de que você não desistirá da compra.
É comum no CPCV, a parte compradora adiantar uma quantia monetária, vulgo sinal, cujo valor é acordado entre ambas as partes. Habitualmente este valor varia entre 10 a 20% do valor total do imóvel. Neste documento é também estipulado um prazo (geralmente entre 30 a 90 dias) para a concretização da escritura.
Trata-se de um documento com validade legal, até ao momento da escritura, e pode ser usado em caso de incumprimento de uma das partes.
7. Escritura
Parabéns! Chegou finalmente o dia em que receberá a chave da sua nova casa. Após a conclusão da escritura passa a ser o legal proprietário do imóvel (apesar do registo definitivo na conservatória poder demorar algumas semanas a ser concluido).
Uma Escritura pública é um ato jurídico que legitima e legaliza o contrato de compra e venda de um imóvel e deve ser formalizado por notário, advogado ou numa conservatória do registo predial.
É também nesta altura que terá de pagar os impostos associados à aquisição que já referimos anteriormente (IMT e Imposto de Selo), pelo que antecipadamente terá que se deslocar a uma repartição de finanças para solicitar as duas guias para pagamento. No momento da escritura terá de apresentar as referidas guias e os respetivos comprovativos de pagamento. Não esquecer que o pagamento do valor da casa, por norma, deverá ser efetuado através de cheque visado ou meio de pagamento equivalente.
Na escritura constará também o contrato de mútuo com hipoteca no qual é definido tudo o que se relacione com o crédito habitação (o valor, a taxa de juro, os prazos de reembolso, as amortizações, etc). Pelo que na escritura estará também presente um representante do banco em questão.
Para uma maior comodidade e segurança neste processo, não dispense os serviços de um mediador imobiliário. A escolha de um bom profissional será determinante na procura pela sua nova casa, e garantirá uma transação 100% segura a todas as partes. Evitará por certo muitas dores de cabeça.
Lembre-se, o momento de aquisição de uma casa é sempre um momento importante na sua vida, torne-o um momento tranquilo e especial!